05 outubro 2010

Desculpem

As coisas tristes que tenho escrito, mas não dá por enquanto pra ser diferente.
Meu irmão mandou arrumar a sepultura do meu pai, fazer algo, assim, simples, com a cara dele.
E foi sozinho, fez tudo sozinho, contratou o pessoal e escolheu tudo. É tão pequeno o local, não há muito o que fazer (sou tão favorável à cremação, mas meu pai não queria).
No sábado ficou pronto e no domingo minha mãe quis ir lá ver. Por que fomos, meu Deus? Ainda bem que o F. nos acompanhou. Era um homem conosco, ao menos. Um homem aparentemente forte.
Foi muito doloroso ver a minha velhinha curvadinha naquele frio, olhando pra lápide e falando com meu pai, colocando florezinhas nos dois minúsculos vasinhos.
Foi de cortar mesmo o coração. Ver a carinha dele na foto preferida, ver seu nome ali escrito e as datas. Doeu demais. Mais doeu ainda, ver a minha mãe ali, tão frágil e indefesa.
Eu perdi o pai, meus filhos perderam o avô, as pessoas todas perderam o amigo, um grande homem, mas minha mãe perdeu tudo. Ele era tudo pra ela. Uma pessoa encantadora, um marido perfeito. Ele a mimava, a tratava bem, a chamava de namorada. Como, meu Deus, como pedir pra minha mãe parar de sofrer, parar de chorar?
Eu passei o resto do domingo chorando. Pai, Pai, Pai... que falta você faz.