30 abril 2007

Triste

O mais triste de tudo é saber, bom na verdade nem é saber, é confirmar, que o preconceito existe em qualquer lugar, a qualquer hora e em qualquer situação.
Os dois policiais foram muito preconceituosos e em momento algum deixaram de mostrar que são "otoridades", mandando a testemunha tirar o carro do local, que estava "atrapalhando". Tá. Eu tô!
Dos bombeiros do resgate nada ouvi, mas dos bombeiros para-médicos, senti um desprezo pelas moças, e uma certa "distância".
O homem que nos atendeu na delegacia, muito bem por sinal, era o mais preconceituoso deles. Referia-se às moças como "essa gente" e a cada frase inseria algo pejorativo: "neguinha", ou: "deve morar nos barracos de tal lugar", ou ainda: "ainda são de menor e não valem nada".

Enquanto esperávamos (e esperamos muito), ficamos parte do tempo lá fora falando sobre aparências.
Não nego que passado o susto inicial, fiquei com bronca das meninas. Muita bronca. Descuidadas, irresponsáveis e coisa e tal. Mas daí a dar a elas um tratamento diferenciado, tem uma grande distância, sabe?

Enfim...

2 Comments:

At 1/5/07 18:25, Blogger Vera Vilela said...

Quero saber dessa história direitinho.
Fiquei assustada.

 
At 2/5/07 14:45, Blogger parla marieta said...

E você não sabe: elas não queriam que a gente chamasse o resgate.
Elas machucadas e querendo ir pra casa.
Eu liguei pro resgate (bombeiros) e disse que elas estavam machucadas e não queriam ir.
Ele disse que se elas não quisessem, ele não liberariam a viatura pra ir buscá-las (até essa altura a gente não sabia que elas eram "de menor" e que estavam sem documentos.
Aí, nós as convencemos e o resgate chegou em pouquíssimo tempo.
A menina pediu pra eu ligar pra mãe dela. Eu liguei e ela disse desse jeito pra mãe, chorando:
-Ô mãe... vai pro pronto socorro que eu fui atropelada...
Imagine o susto dessa pobre mãe.

 

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