Reformas e consertos

"Seu" Geraldo e "seu" José continuam firmes na parte externa da casa.
São dois fofos e queridos. Chegam as 7:30 da manhã e saem as 18 horas deixando tudo limpinho. Gosto de conversar com eles, gosto de saber coisas, e o seu José também adora um papo, contrário do seu Gegê que é quietinho.
Ontem enquanto seu Gegê fazia silencioso seu trabalho de revestimento externo, seu José fazia "buraquinhos" de retenção no muro do corredor.
Eis que meu vizinho chato, "seu" Álvaro, me aparece dizendo:
-Os azulejos da minha cozinha estão rachando de tanta marretada.
-Seu Álvaro, ele está batendo no meu muro, e não na sua parede.
-Não me interessa. Os azulejos da minha cozinha estão rachando.
-Seu Álvaro, venha até aqui. Venha ver onde ele está quebrando. Não tem nada a ver com a sua casa. E onde ele está batendo, não é a sua cozinha.
-Eu falei que não quero saber. Vou chamar a polícia, vou chamar a prefeitura, vou fazer um escândalo, e não vou olhar nada. Quem vai pagar o conserto do meu azulejo, porra?
Entrei e pedi pro seu Geraldo falar com ele.
Seu Geraldo com toda a calma de mineiro falou, falou, falou, e seu Álvaro se acalmou.
Por que sempre tem que ter um vizinho pentelho que gosta de encrencas?
Esse senhor já implicou com meus gatos, já implicou com a piscina que segundo ele, infiltra (vai entender...), já implicou com a sujeira que as folhas da árvore fazem na rua, já implicou com meu pé de limão do fundo do quintal.
Agora implica com uma parede imaginária.
Ai, meu saquinho...