Quem segura o "seu" Mario?

Pois é.
Antes de ontem, ele fez um exame complicado.
Voltamos para casa com orientações sobre como se comportamento pós exame.
Uma das regrinhas era: "caminhar o mínimo possível nas primeiras 48 horas".
Bom, hoje por volta de nove da manhã, ligo pra casa deles.
Ele me atende todo alegrinho.
-Como vai meu doentinho?
-Doentinho nada, estou ótimo.
-Que bom, pai.
-Pois é... fui a pé até a estação ferroviária de São Caetano. E não senti dor alguma.
-Pai... faz menos de 24 horas que você fez o exame.
-Que nada. Eu estou ótimo. É pertinho (tipo 4 km) e fique tranquila, voltei de ônibus.
Pensei em dar uma grande bronca, falar um monte, mas fiquei quieta e pedi pra ele chamar a minha mãe.
-Ela não está. Foi ao dentista.
-Ah...
-Eu vou lavar o quintal agora.
-Pai?
-Eu estou ótimo. Que mania vocês têm de achar que estou doente.

GRRRRRRRRR.
Pode ser engraçado, mas é perigoso. Imagine, ele lavando o quintal, com menos de 24h de um (não deixa de ser) procedimento cirúrgico? E essa caminhada? Ele tem 76 anos. Tem um aneurisma na aorta (embora ele possa fazer de tudo, inclusive caminhar, nesses dois dias ele deveria fazer repouso)
Mas quem segura o "seu" Mario? Como administrar isso?
Vou até lá agora. Mas tenham certeza, que por mais doce e carinhosa que eu seja, serei a vilã. Então acho que chegou a hora de chegar chutando portas. Será?


TEIMOSIA